Nessa entrevista contamos com a participação de Isadora Gabriel People & Places Director na AMARO, que trouxe sua visão sobre o que esperar do futuro do trabalho pós-pandemia.
Durante o período de pandemia, foi possível provar que determinados tipos de trabalho podem ser feitos remotamente, gerando ainda mais produtividade e qualidade de vida aos colaboradores. Ao mesmo tempo, tarefas que tecnicamente podem ser feitas desta forma, seriam mais eficazes presencialmente (negociações, decisões estratégicas, sessões de feedback). Como as organizações pretendem se organizar para equilibrar a dinâmica de trabalho, e qual o papel do RH neste cenário?
Isadora Gabriel:
“O mais importante nas definições sobre trabalho remoto, híbrido e/ou presencial é que a dinâmica de trabalho no pós pandemia seja adaptada às necessidades do negócio e da cultura da organização. Equilibrar essa dinâmica requer que a área de Pessoas e os líderes envolvam os times nas discussões sobre os melhores formatos de trabalho e isso seja flexível, de acordo com cada área. Assim, a decisão do modelo que será adotado tende a manter o engajamento e ao mesmo tempo acelerar os ganhos com mais colaboração, agilidade e trazer resultados para a companhia.”
Na sua opinião, quais foram os principais impactos gerados com as mudanças da dinâmica de trabalho nesse último ano e meio e quais tendências irão de fato perdurar a ponto de serem incorporadas na cultura da empresa?
Isadora Gabriel:
“Vou separar a repostas em impactos positivos e negativos. Entre os positivos, tivemos ganhos importantes para os funcionários em horas de deslocamento e na condução de reuniões, em que as pessoas se ouvem mais, levantam a mão para abrir seu microfone e as conversas acabam fluindo de maneira mais organizada e objetiva. Os negativos estão relacionados à integração de novos membros ao time, à troca mais espontânea entre as pessoas e ao tema de saúde mental, excesso de horas de trabalho e pouco contato social. Olhando para frente, a tendência é que incorporemos na cultura o melhor dos mundos, que os momentos presenciais sejam para construir coisas em conjunto, fortalecer as relações e tomar decisões importantes e os momentos de maior foco e trabalho individual possam ser feitos a partir do home office.”
A crise do Covid-19 trouxe diversos desafios para os executivos de mercado – desde cuidar da saúde física e mental de sua equipe, planejar uma eventual recuperação do business ou mesmo “disruptar” seu modelo de negócio frente à tantas mudanças. Diante desse cenário muitas empresas podem desacelerar suas iniciativas e projetos relativos à D&I com o intuito de focar na retomada, mesmo sendo comprovada a efetividade de times diversos em momentos de crise. Qual sua visão em relação a essas estratégias?
Isadora Gabriel:
“Trabalhar o pilar de Diversidade & Inclusão é parte fundamental da estratégia de retomada e de disrupção do modelo de negócio. Para qualquer empresa que queira se reinventar, construir um time diverso significa ter cabeças pensantes com experiências de vida que se complementam, e que portanto, vão ser capazes de trazer ideias e soluções mais abrangentes para os problemas do mundo que queremos resolver.”
3 setembro 2021