Presente no dia a dia das operações, a Inteligência Artificial deixou de ser apenas uma tendência para se tornar realidade. Em apenas um ano, sua adoção global avançou de 55% para 72%, segundo a pesquisa The State of AI in Early 2024, da McKinsey. A tecnologia vem conquistando espaço nas discussões estratégicas das organizações e, ao mesmo tempo em que cria oportunidades relevantes, também amplia riscos, especialmente os ligados à cibersegurança.
Em 2022, o Brasil foi o segundo país da América Latina mais afetado por ataques cibernéticos. Apenas no primeiro semestre de 2025, das 374 bilhões de tentativas de ataques registradas na região, 315 bilhões (84%) tiveram como alvo o Brasil. Estar sob constante ameaça já é realidade para empresas brasileiras, estima-se que, nos próximos três anos, o prejuízo acumulado decorrente de ataques alcance US$ 394 bilhões. Esses números reforçam que a cibersegurança não pode mais ser tratada apenas como questão operacional, devendo integrar a agenda de conselhos e lideranças.
Da operação à estratégia: o cenário da cibersegurança nas empresas
A pesquisa recente da PwC, realizada com mais de quatro mil executivos, mostra que, embora a maioria reconheça a importância de medir os riscos cibernéticos, menos da metade o faz de maneira efetiva, e apenas 15% mensuram de forma consistente o impacto desses riscos. Ainda é comum que a cibersegurança permaneça restrita à área de TI, mas o cenário atual evidencia que ela deve ser tratada como um tema estratégico, essencial para a sobrevivência e a competitividade das empresas.
Os crimes cibernéticos, por sua vez, têm como objetivo roubar identidades, obter ganhos financeiros ou causar prejuízos a terceiros. Entre os tipos mais comuns estão malware, phishing, ransomware e invasões a sistemas de dados. O estudo da PwC destaca que as maiores preocupações das organizações são especialmente aquelas para as quais estão menos preparadas, como ameaças relacionadas à nuvem, violações de terceiros, operações de hack and leak e ataques a produtos conectados.
Caminhos para a segurança digital
Mais do que escolher tecnologias, cabe à liderança promover uma verdadeira mudança de mentalidade. A segurança digital deve ser tratada como um valor organizacional e não apenas como um requisito técnico. Essa visão mais ampla é o que sustenta práticas consistentes de proteção de dados e continuidade operacional.
Proteger informações, sistemas e processos, portanto, é parte central dessa estratégia e essencial para garantir a continuidade dos negócios, além de fortalecer a confiança de clientes, parceiros e investidores. Para isso, algumas ações são fundamentais:
Diante desse cenário, a mensagem é clara: cibersegurança não é apenas um aspecto técnico, mas um pilar estratégico para a confiança organizacional. Empresas que incorporarem essa visão estarão mais preparadas para enfrentar os desafios do futuro digital.
Referencial teórico
https://stats.cert.br/incidentes/
https://www.sp.senac.br/web/blog/b/o-que-faz-um-tecnico-em-seguranca-cibernetica
22 outubro 2025