O impacto do Supply Chain nos diferentes setores

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O impacto do Supply Chain nos diferentes setores

Escrito por: André Peyneau e Rafael Baleki

Nos últimos anos, a vertical de Supply Chain ganhou evidência em vários setores. Para o varejo, por exemplo, as empresas precisaram se reinventar para atender melhor às demandas do seu consumidor final. Já para a indústria, a área de suprimentos teve destaque devido às mudanças político-econômicas globais que afetaram as produções em grande escala. Pensando nas eventualidades que permearam a área, separamos dois impactos importantes a serem analisados, já que seus efeitos ou consequências ainda fazem parte da nossa realidade.

IMPACTOS DA PANDEMIA

Com isso, não é novidade que a vertical de Supply Chain foi profundamente afetada pela pandemia do COVID-19. Empresas ao redor do mundo, especialmente nos países com cadeia logística menos desenvolvida, precisaram – com certa urgência – aprimorar sua eficiência conforme a crescente demanda dos consumidores acerca das necessidades que surgiam. Com isso, a etapa Last Mile, foi impulsionada a expandir o seu nível de atuação em relação a qualidade, prazo e capilaridade. O cenário foi ainda mais intenso para as companhias que possuem o contato direto com o consumidor final, seja para as nativas digitais ou mesmo no caso das varejistas que possuíam o canal físico como principal e precisaram se adaptar à nova realidade.

Naquele momento, destacaram-se as empresas que desenvolviam uma logística eficiente, visto que durante o período de lockdown os consumidores que sempre prezaram pela agilidade, deixaram de ter o canal físico como opção para adquirir os seus produtos.

Devido aos investimentos nesta área, empresas puderam fortalecer toda a jornada do consumidor, aprimorando desde a funcionalidade do canal digital até a etapa de distribuição. Para os consumidores finais, os resultados foram a melhoria da qualidade do atendimento, experiência de consumo e a redução do prazo de entrega.

IMPACTOS DA GUERRA

Além da pandemia, outro acontecimento impactou diretamente a vertical de Supply Chain. Desde fevereiro de 2022, o mundo vem sofrendo as consequências dos desdobramentos da invasão russa ao território ucraniano. Esse fato, apesar de atingir muitos setores da economia, impactou especialmente as indústrias de alimentos e do agronegócio, visto as sanções econômicas impostas a um dos maiores produtores de fertilizantes do mundo.

Esse episódio evidenciou como as empresas precisaram trabalhar assiduamente a sua gestão de crise no dia a dia da guerra. Buscar fontes alternativas de fornecedores acabou tornando-se algo imprescindível e urgente para a continuação do negócio de muitas organizações, resultando em um grande destaque para a atuação da área de suprimentos.

Por ter um papel crucial no início da cadeia como, por exemplo, a compra dos insumos de uma companhia, a área de suprimentos foi parte importante da tomada de decisão empresarial nesse contexto de crise. Aquelas empresas que apresentavam essa área fortalecida, com capacidade de atuação estratégica, conseguiram performar bem e apresentar capacidade para desenvolver uma boa gestão de risco – neste caso, minimizando os impactos de uma possível falta de abastecimento. Para aquelas que ficaram dependentes de apenas um contato, predominantemente estabelecido na Rússia, as consequências foram ainda mais severas, uma vez que ficaram expostas a ruptura da cadeira de produção devido ao cenário global político e econômico.

Segundo Rafael Baleki, atual Diretor Executivo de Suprimentos da Caldic e com carreira construída em multinacionais como Ambev, Tereos, São Martinho e Kraft Heinz, ‘’de 2009 a 2019, o P&L das empresas, baseado na reação à crise financeira, significou priorizar o relacionamento com o cliente. A ruptura das cadeias de suprimentos e consequente interrupção dos negócios devido à pandemia, guerra na Ucrânia e agitação social exige que reequilibremos os relacionamentos (CRM + SRM + ERM)’’.

Em resumo, foi possível acompanhar o aquecimento do mercado para profissionais com skills demandados pelo período citado acima. Ou seja, tanto para os que atuam dentro da cadeia logística, quanto para os executivos de suprimentos, mostrou-se necessário uma forte capacidade de adaptação e de colaboração com outras verticais, especialmente com a área de tecnologia para construir soluções inovadoras que atendessem as necessidades da nova realidade.


Acesse a publicação pela Gazeta do Povo: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/confraria-instituto-connect/desafios-da-vertical-de-supply-chain-quais-as-competencias-chaves-para-suportar-o-negocio/

24 outubro 2023