Desde 2014, o Brasil enfrenta uma de suas piores crises econômicas, que foi maximizada por um cenário político instável. Como reflexo imediato destacam-se a retração do PIB, aumento da taxa de desemprego e baixo índice de confiança do consumidor.
O cenário adverso instaurado no país mudou consideravelmente o nível de exigência das empresas no momento de contratar executivos em posições estratégicas. Os desafios do profissional contratado premeiam cada vez menos esferas técnicas (gestão das atribuições de determinada área) e passam a estar diretamente conectados com seu perfil de liderança (evidenciado através do nível de protagonismo do executivo em suas realizações). Em um mercado extremamente desafiador as empresas buscam profissionais capazes de liderar mudanças substanciais em suas políticas e processos no intuito de incrementar seus resultados.
Outro desafio dos contratantes é entender o nível de aderência do profissional entrevistado à cultura, ambiente e modelo de gestão da empresa. É comum vermos executivos com alto nível de performance em ambientes com modelo de gestão maduro (políticas e processos bem definidos) não replicarem tais resultados em empresas menos estruturadas. Neste sentido é importante entender não só quais foram as realizações, mas também em quais ambientes elas foram protagonizadas e como o profissional atuou desde a etapa de diagnóstico, aprovação da iniciativa até sua implantação.
Sendo assim, tanto empresas em momento de contratação, quanto executivos em momento de uma tomada de decisão de carreira devem avaliar o nível de conexão entre os desafios da posição e capacidades / realizações do profissional para maximizar as chances de performance no novo ciclo.
3 março 2020